Desistência nas universidades chega a 40%

28/05/2015 16:53

Desistência nas universidades chega a 40%

Dados do último censo mostram que dos 47.508 alunos matriculados, 18.934 não deram continuidade aos estudos.

Daniela Jacinto

daniela.jacinto@jcruzeiro.com.br

O sonho de fazer uma faculdade pode encontrar barreiras que vão além do vestibular. Depois que o candidato passa, outras questões podem interferir na continuidade dos estudos, como por exemplo não gostar do curso, ter dificuldade para pagar, tirar notas baixas, ou ainda o custo da moradia. Por conta desses motivos, diversos cursos começam com 60 alunos e terminam com cerca de 20 se formando. De acordo com dados do último Censo da Educação Superior, divulgados no ano passado pelo Ministério da Educação (MEC) e relativos a 2013 [o Censo de 2014 está em apuração e será divulgado no segundo semestre], Sorocaba contava até aquele ano com 224 cursos superiores (graduação presencial e à distância). Ao todo, somavam-se 47.508 matrículas, sendo 7.818 trancadas, 11.116 desvinculadas, 599 alunos transferidos par a outros cursos dentro da mesma IES, e seis alunos falecidos. Conforme o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o trancamento ocorre quand o o alun o o fez em todas as disciplinas.

Já o desvinculamento do curso ocorre quando o aluno deixou de ter vínculo com o curso por motivos de evasão, desligamento ou transferência para outra IES. Somando-se as matrículas desvinculadas e as trancadas, é possível chegar a um número próximo de desistências dos cursos em Sorocaba: 18.934, ou seja 40% do total de matrículas.

Em todo o Brasil, comparando dados de 2012 e 2013, constata-se a redução, em 5,9%, do número de estudantes que concluíram o ensino superior no País, apesar do aumento do número de estudantes matriculados em instituições públicas e privadas. Ainda de acordo com o ministério, 40% dos estudantes que entram nas universidades públicas abandonam o curso antes da conclusão. Nas instituições privadas, esse índice é de 30%.

A bancária Mayra Amaral, 29 anos, conta que cursou licenciatura em Biologia na USP, mas desistiu no terceiro semestre. "Fui fazer porque passei no vestibular e era de graça. Depois vi que meu sonho mesmo era medicina veterinária e desisti da biologia", diz. O sonho foi ficando distante até que surgiu uma nova oportunidade para Mayra e ela enfim conseguiu passar, no ano passado, em veterinária. Decidir a profissão, ainda muito jovem, entre os 16 e 17 anos, contribui para essa incerteza da carreira a seguir e a consequente desistência do curso.

Já a analista de Recursos Humanos Carolina Cimatti, 28 anos, afirma que não terminou o curso de Negócios da Moda, na faculdade Anhembi Morumbi, em São Paulo, devido à distância, custo de moradia e custo do curso. "E também porque não tinha convicção de que todo aquele esforço iria valer a pena", afirma. Por isso desistiu após ter feito o primeiro semestre. Anos depois, se formou em Administração de Empresas na Universidade de Sorocaba (Uniso). "Mas ainda quero fazer Moda", diz.

Conforme o economista Ludwig Einstein Agurto Plata, a desistência em geral é ocasionada pelos motivos mencionados por Mayra e Carolina, e ainda mais um outro, a dificuldade com as notas. Ludwig afirma que o aluno que não sai bem preparado do ensino médio tem dificuldade. "Tem também outro fator, que muitas profissões estão desaparecendo do mercado e o aluno só fica sabendo ao longo do curso".

Ainda de acordo com o economista, as instituições de ensino públicas registram menos desistência que as privadas. "Geralmente os alunos das universidades públicas fizeram ensino médio em escolas particulares, então estão melhor preparados para o nível do curso."

Uma outra constatação é que em cursos com baixa demanda, os índices de desistência chegam a 30%, conforme esclareceu Maurício Klenke, docente da Unicamp e estudioso do tema, em uma reportagem publicada na internet. Ou seja, se o curso já tem pouca procura, a desistência é ainda maior.

Maurício afirma que os cursos de Exatas, como Engenharia, Matemática e Física, são os que mais causam evasão. Isso porque os alunos não conseguem acompanhar as disciplinas difíceis do primeiro ano, como Cálculo, e em muitos casos reprovam, o que os desestimula a continuar.

Fonte: cruzeirodosul.inf.br
 



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