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Fies continua com problemas

Fies continua com problemas
Faltando uma semana para o fim do prazo estabelecido pelo MEC (Ministério da Educação) para que estudantes cadastrados no Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), do governo federal, realizem aditamentos, os problemas e as reclamações sobre a dificuldade em conseguir renovar contratos permanecem. Alunos de instituições de Ensino Superior privadas que ainda não conseguiram realizar o procedimento, seja por falhas no portal ou devido às novas regras, demonstram desespero com a hipótese de ter de abandonar os estudos.
Somente na unidade São Bernardo da Anhanguera, cerca de 4.200 estudantes seguem incertos sobre a continuidade do curso escolhido. Na quarta-feira, grupo realizou protesto em frente ao campus para cobrar esclarecimentos por parte da diretoria acerca do processo. “Queremos ter a garantia de que todos os alunos concluirão o curso”, destaca o eletricista Davi Vitorino da Silva, 35 anos, discente do 3º semestre da carreira de Tecnologia em Automação Industrial.
A preocupação de Davi se dá pelo fato de que termina no dia 29 o período estipulado pelo MEC para aditamentos no programa estudantil. Último levantamento divulgado pelo governo federal, no dia 6, indica que cerca de 148 mil contratos ainda não haviam sido renovados pelas instituições, do total de 1,7 milhão previsto.
“É um jogo de empurra e a gente fica no meio, sem saber o que fazer. Estou desde janeiro tentando. O MEC diz que a faculdade ainda não fez a atualização da adesão ao programa e a Anhanguera diz que o aditamento não foi autorizado porque houve transferência da mantenedora da instituição”, afirma a estudante do 3º semestre do curso de Psicologia, Edilaine Pereira Barbosa, 25.
Neste ano, o MEC mudou as regras do programa, restringiu a quantidade de vagas por curso e passou a exigir dos candidatos nota mínima de 450 pontos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), além de limitar em 6,41% o reajuste das mensalidades das faculdades. O governo alega que a medida se fez necessária para tirar o controle do acesso às vagas do setor privado.
O principal receio da consultora de vendas Simone Corse, 45, aluna do último ano do curso de Gestão da Qualidade, é ter de abandonar os planos. “Já tinha tudo planejado. Concluiria a faculdade e prestaria concurso público. Até posso mover uma ação para não pagar as parcelas deste ano e reaver o que já investi, mas a questão não é dinheiro. Quero me formar”, destaca.
O Fies permite ao estudante cursar graduação em faculdade particular e pagar as mensalidades (com taxa de juros de 3,4% ao ano) após 18 meses de concluído o curso. Em meio às críticas, o ministro da Educação, Renato Janine, veio a público para assumir que a edição do programa no segundo semestre deste ano ainda não está confirmada. A decisão será tomada após anúncio de contingenciamento da União.
Procurado, o MEC não se pronunciou sobre o problema.
Faculdade culpa sistema eletrônico
Em resposta aos problemas destacados pelos estudantes, a Faculdade Anhanguera de São Bernardo informou que a dificuldade para realizar o aditamento do Fies (Programa de Financiamento Estudantil), do governo federal, ocorre devido a um erro de cadastro no sistema e-MEC, utilizado pelas instituições de Ensino Superior para protocolos junto ao MEC (Ministério da Educação).
A instituição diz que já notificou formalmente o MEC em relação a esse problema, solicitando a correção, e vem, diariamente, realizando contatos com a Pasta visando a regularização. A Faculdade Anhanguera destaca ainda que não está medindo esforços para buscar solução junto ao governo federal, visando a continuidade dos estudos por seus alunos.
A instituição ressaltou que os estudantes estão com suas atividades acadêmicas normalizadas e que, em compromisso com a transparência, a diretoria e os coordenadores de cursos estão à disposição dos alunos para todos os esclarecimentos necessários.
Natália Fernandjes
Fonte: dgabc.com.br