Brasil é tolerante com ricos que devem, mas não com jovens que fizeram Fies, diz Lula

23/01/2023 14:12

Brasil é tolerante com ricos que devem, mas não com jovens que fizeram Fies, diz Lula
CNN BRASIL • 20 de janeiro de 2023

Fonte da Notícia: CNN BRASIL
Data da Publicação original: 19/01/2023
Publicado Originalmente em: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/brasil-e-tolerante-com-ricos-que-devem-mas-nao-com-jovens-que-fizeram-fies-diz-lula/

Em uma reunião com reitores das universidades federais nesta quinta-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que é preciso ter confiança nos jovens que utilizam o Financiamento Estudantil (Fies) para estudar no ensino superior. “O país tem tanta tolerância com ricos que devem, porque a gente não tem a compreensão de que um jovem que se formou pode pagar sua dívida?”, disse.

Lula mencionou as críticas que ouviu sobre o programa de Financiamento Estudantil, que já acumularia uma dívida de R$ 5 bilhões ao governo federal, e disse “não tem problema”. Ele explicou que os estudantes não precisam pagar suas dívidas enquanto estudam, mas que ele “tem certeza que na hora que esse jovem achar um emprego, ele vai pagar sua dívida”.

“O Brasil tem milhões de pessoas que dão um cano na previdência social e não pagam impostos, e eu vou me incomodar com a dívida de um estudante?”, disse Lula. “Temos que dar credibilidade à juventude desse país. Todo mundo é bom pagador até não pagar.”

O presidente também disse que o Brasil sempre esteve atrasado na educação, e que o motivo é que “a elite brasileira nunca se importou com a educação do povo.” Ele disse que a educação é a única coisa que pode mudar o país, e fazer com que ele se torne desenvolvido.

Lula também defendeu que os jovens sejam orientados para estudar nas áreas que o país mais precisa, pois não é possível formar “apenas advogados”. “Temos uma série de áreas com pouca gente formada. É preciso tentar combinar o desejo das pessoas de estudar com as necessidades do país.”

Ele relembrou a morte do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier, que se suicidou em 2017 durante a Operação Ouvidos Moucos, da Polícia Federal (PF), que apurava desvio de recursos dentro da instituição. Lula culpou “uma polícia ignorante e pessoas que condenaram antes de investigar” pela morte, e disse que “a carne dele pode ter morrido, mas suas ideias continuaram entre nós, a cada momento que pensarmos em educação.”

Ele também voltou a dizer que o mercado considera os investimentos em educação como “gastos” e que não entende a lógica da desconfiança que eles possuem em relação a innvestimentos sociais. “A única coisa que não é tida como gasto pelo mercado é o pagamento de juros da dívida”, disse Lula.

“É preciso que não aceitemos a negação do Estado, ele é importante para ser o regulador da justiça social nesse país.”

Lula também citou a proposta de que ricos paguem mais no imposto de renda, mencionada por ele em um discurso para os representantes sindicais, e disse que será preciso contar “com gente que a gente não gosta, que pensa diferente” para conseguir a aprovação dessa mudança no Congresso.

Ele defendeu a autonomia universitária e disse que será garantida durante todo seu mandato. E também propôs a realização de uma reunião anual com todos os reitores, para ouvir as demandas das universidades públicas.
 



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