Escolas e pais discutem retorno às aulas presenciais em Goiás

30/10/2020 11:47

Escolas e pais discutem retorno às aulas presenciais em Goiás

Por meio de enquetes internas, unidades de ensino têm detectado que a maior parte teme enviar os filhos de volta às salas de aprendizagem
29/10/2020 - 21:15

Com a expectativa para a divulgação da nota técnica que deve autorizar o retorno das aulas presenciais no ensino fundamental, escolas e famílias começam a se movimentar para definir posição. Enquanto as unidades de ensino promovem questionários, as famílias expõem incertezas sobre a retomada.

O retorno foi deliberado pelo Comitê de Operações Emergenciais de Enfrentamento ao Coronavírus (COE) na quarta-feira (28). A análise do COE permite a retomada após Goiás atingir as metas previstas de redução do número de óbitos e ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI). A posição final, porém, deve ser divulgada pela Secretária Estadual de Saúde (SES) ou por decreto do governador Ronaldo Caiado (DEM).

Após o anúncio da deliberação do COE, a Secretaria da Educação de Goiás (Seduc) informou que a decisão será debatida entre o Estado, Ministério Público, Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), representantes de pais e estudantes.

Thiago Oliveira diz que a escola que dirige não precisará de rodízio, pois a maioria dos pais não quer a volta (Foto: Fábio Lima)

Com a expectativa para a publicação da nota técnica, escolas começaram a se movimentar. Após realizar enquete, o Colégio Integrado acredita que não precisará fazer rodízio para cumprir o limite de 30% de alunos definido pelo COE. Thiago Oliveira, diretor geral da escola, informa que 36% dos pais pretendem mandar os filhos para as aulas - resultado obtido por meio de enquete.

Entre as unidades que anteciparam posição, o Colégio Santa Clara decidiu, após consulta com os pais, não retomar o ensino presencial. “Além de a maioria ter indicado insegurança, o colégio levou em consideração outros cenários, como o fato de que a pandemia não está controlada”, explicou a diretora-adjunta Simone Aparecida Soares.

Pais analisam

Enquanto isso, famílias ouvidas pelo POPULAR se dividem. Mãe de uma estudante de 12 anos, Mariana Soares acredita que o momento ainda é delicado. Ela diz que a filha sente falta da escola e dos colegas, mas o medo da Covid-19 é maior. “Apesar de sentir falta ela prefere ficar em casa”, afirma.

Convivendo com expectativa tripla, Lorrane Araújo diz que as filhas, de 7, 11 e 13 anos, querem voltar. “Ontem no jantar elas comentaram sobre a volta, mas eu já disse que não.” A mãe explicou que recentemente perdeu um tio em razão da doença provocada pelo coronavírus (Sars-CoV-2) e agora sente medo.

Letícia Pereira também está entre as mães que planejam a volta dos filhos só no próximo ano. Ela explica que a escola abriu uma enquete que mostrou que 75% dos pais são contrários ao retorno. “Mesmo se autorizarem eu não vou mandar meu filho. São apenas dois meses para o fim do ano”.

Mãe de estudante matriculada em uma escola entre as 29 autorizadas por liminar judicial na semana passada, Ludimila Machado diz que a filha de 10 anos foi para o colégio duas vezes no período. A arquiteta conta que a unidade adotou o rodízio para atender o limite de alunos e afirma que notou os cuidados necessários para evitar a contaminação pela Covid-19. “É um espaço pensado, ventilado, não tem ar-condicionado, o pátio não é coberto e a quantidade de alunos por sala é pequena”, afirma.

Para o governador Ronaldo Caiado, é preciso cautela. O governador apontou que um retorno integral só deve acontecer após vacinação da população. “Diagnosticaram que a causa determinante (para novos casos de Covid) foi muito mais o retorno antecipado, que aconteceu na França, Espanha, e hoje os países estão já sentindo o resultado, com toque de recolher e recessões maiores”, cita. ()

Fonte: Redação O POPULAR - Luiz Phillipe Araújo - estagiário do GJC em convênio com a UFG
 



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