Com amor e no rigor da lei

09/02/2015 15:23

 Com amor e no rigor da lei
 
Por prof. Paulo Cardim
“Ensinar exige rigorosidade metódica” (Paulo Freire)
“Avaliar também” (Paulo Cardim)

O ministro da Educação, Cid Gomes, em entrevista ao jornal Valor Econômico (30/1/2015, p. 12), sob o título “Com amor e no rigor da lei”, apresentou suas ideias sobre a educação básica como a “prioridade das prioridades” de sua gestão à frente do MEC, a partir do lema Brasil, Pátria Educadora, introduzido pela presidente Dilma Roussef em seu discurso de posse no segundo mandato na Presidência da República.
O ministro Cid Gomes tem a credencial de ter conseguido, como prefeito de Sobral (CE) e governador do Ceará, elevar substancialmente os padrões de qualidade do ensino fundamental em seu Estado. Chega ao Ministério da Educação encontrando o Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb) em involução na maioria das unidades federativas, com a média nacional estacionada em 3,7, e com 1,6 milhão de jovens entre 15 e 17 anos fora da escola, dado que oscila em torno dos 17% há cerca de 5 anos, segundo dados da Ong Todos pela Educação.
Cid Gomes coloca a busca da qualidade no ensino médio como um de seus maiores desafios à frente do MEC. Deve priorizar os quatro anos finais do ensino fundamental e os três do ensino médio. O ministro entende “que o desafio da qualidade do ensino médio já se coloca quando você, nos anos finais do ensino fundamental já segmenta”. A diversificação de professores nesse nível do ensino fundamental tem seguimento no ensino médio, por isso, pretende buscar implantar a qualidade nesses sete anos de duas fases da educação básica.
A complexidade de articulação entre os diferentes sistemas de ensino – federal, estaduais e municipais – é outro desafio que o ministro Cid Gomes sabe que vai surgir à sua frente, especialmente, na aplicação do Plano Nacional de Educação, para a década que se inicia. Considera esse “o maior desafio” de sua atuação. Para tanto, além de usar a sua reconhecida capacidade de negociação, pretende a instituição de uma Lei de Responsabilidade Educacional, que deverá fixar as responsabilidades de cada sistema de ensino para o cumprimento do PNE.
Revela as “prioridades das prioridades”, fixadas pela presidente Dilma Roussef: “primeiro, valorização do professor, e isso significa dinheiro e formação, a meu juízo. A segunda prioridade colocada por ela é a ampliação da oferta de vagas em creches, que é de zero a três anos. Outro compromisso é ampliar a oferta de matrícula em tempo integral. Um quarto ponto colocado por ela é a revisão do currículo do ensino médio”. E o ministro está focado nessas prioridades.
Para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Cid Gomes tem planos de alterar a metodologia de sua oferta. Deve passar a ser realizado via internet, em determinado período, mas não em um só dia ou fim de semana, como atualmente. ”Em vez de repetir a operação de guerra, Brasil inteiro, tudo na mesma hora, mesma prova, no mesmo dia, pensar na criação de algumas salas seguras, com terminais de computadores e fiscalização. A pessoa vai lá. Não precisa ser naquela hora específica. Como estão num banco de dados, as perguntas vêm aleatoriamente. Você está fazendo uma pergunta aqui e seu vizinho está numa prova diferente da sua”. Para essa e outras prioridades, o ministro promete um “plano público de todas as prioridades, em três meses”.
O ministro Cid Gomes, por suas realizações no Ceará, na educação básica, com ênfase no ensino fundamental, merece o nosso crédito de confiança para a sua gestão no MEC. A educação básica tem sido um gargalo para o desenvolvimento da educação superior em patamares mais elevados, desafiando as últimas administrações do MEC. Há pertinência nas propostas iniciais do atual ministro da Educação. Caso sejam realmente implementadas, com seriedade e “responsabilidade educacional”, todos teremos muito a comemorar: estudantes, professores, gestores públicos e das instituições educacionais, em todos os níveis. A sociedade, o Brasil enfim. Assim, poderemos ser, de fato, uma PÁTRIA EDUCADORA.
Fonte: belasartes.br/diretodareitoria
 

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