Maior escolaridade reduz mortalidade das empresas

21/05/2013 16:29

Maior escolaridade reduz mortalidade das empresas

MARIANA BARBOSA - Mercado - Folha de São Paulo - 21/05/2013 - São Paulo, SP

O empreendedor brasileiro está mais escolarizado, o que está contribuindo para o aumento da longevidade das empresas.

De 2001 a 2011, a fatia dos donos de negócio que haviam cursado o ensino médio completo (pelo menos 8 anos de estudo) saltou de 38% para 53%. Já a fatia dos que cursaram até o ensino fundamental completo (0 a 7 anos de estudo) caiu de 62% para 47%, de acordo com levantamento do Sebrae feito com base em números do IBGE.

Para o Sebrae, esse aumento de escolaridade tem relação direta com o aumento da expectativa de vida das empresas. Em 2001, de acordo com a entidade, 51% das empresas conseguiram comemorar o segundo ano de existência. Em 2011, essa parcela passou para 73%.

`O jovem está empreendendo mais cedo e tem mais escolaridade do que o velho empresário do passado, que empreendia por necessidade`, diz o presidente do Sebrae nacional, Luiz Barretto.

Se há uma década de cada dez empresas abertas, cinco eram movidas por necessidade, hoje são apenas três. As outras sete nascem por oportunidades de mercado.

`O mercado consumidor cresceu com a ascensão da classe média, com o aumento da renda e do emprego, ampliando as oportunidades para o empreendedor`, afirma Barretto.

Mas há uma outra razão que ajuda a explicar a maior longevidade das empresas, além da maior escolaridade do empresário e do aumento da renda do consumidor: o Super Simples.

Implementado há seis anos, o Super Simples tem 7,4 milhões de inscritos. `A lei é muito boa, reduziu a carga tributária em torno de 40% e diminuiu a burocracia. Na mesma linha, o MEI (microempreendedor individual) já formalizou 3 milhões de donos de negócios com faturamento de até R$ 5.000.

`Quem tem mais escolaridade tem mais capacidade de planejar`, diz Barretto. `E quando você associa oportunidade --economia em crescimento e menos burocracia-- com escolaridade, a chance de a empresa sobreviver é maior.`

O aumento da escolaridade entre donos de negócio acompanhou um movimento que se deu na população em geral. No entanto, proporcionalmente, os donos de negócio tendem a ser mais instruídos que a média geral.

Entre os donos de negócio, 22,4% tinha o fundamental incompleto em 2011 (ante 31,6% uma década antes).Na população com dez anos ou mais, 50,2% não tinha completado o fundamental em 2010, ante 65,1% em 2000.

E, enquanto o percentual de brasileiros com ensino superior completo subiu de 4,4% para 7,9%, entre os empresários essa fatia aumentou de 7,4% para 10,2%.

 

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